Dentre os usuários de crack que têm sido
encaminhados aos hospitais municipais de São Paulo desde que a
prefeitura iniciou ações para tentar por fim à Cracolândia, há dez dias,
um sobrenome chamou a atenção dos profissionais. Na madrugada desta
terça-feira, Andreas Albert von Richthofen, único irmão de Suzane von
Richthofen, condenada pelo assassinato dos próprios pais, foi encontrado
por policiais militares naquela região, quando tentava pular o portão
de uma casa que dizia ser de seu tio.
Muito agitado, desorientado e agressivo, segundo
agentes que o atenderam, ele foi levado pelos policiais para o Hospital
do Campo Limpo, na zona sul da capital. Atendido pela psiquiatra de
plantão, tentou se jogar da maca quando soube que ficaria internado. Foi
feito um cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o rapaz que
completará 30 anos em julho. Andreas tinha apenas 15 anos quando os pais
foram mortos pela irmã, em conluio com o namorado Daniel Cravinhos e o
cunhado.
No prontuário, ao qual jornal O GLOBO teve acesso, a médica afirma que os sintomas de Andreas eram condizentes com “abuso de substâncias ilícitas”. Quando chegou ao hospital ele estava, segundo os enfermeiros ouvidos pela reportagem, sujo, com os cabelos compridos e roupas em frangalhos. Tinha múltiplos ferimentos pelo corpo, mas em nenhum deles precisou levar pontos.
Sua preocupação constante era com uma medalhinha
dourada em que se lia o sobrenome Richthofen, retirado de sua posse
para evitar que ele se ferisse com o objeto. Limpo e medicado com
tranquilizantes, Andreas foi colocado sozinho em um quarto, por
discrição. A assistência social do hospital localizou um tio de Andreas,
que havia se disposto a comparecer ao local, mas não havia aparecido
até o início da noite.
jornal O GLOBO ainda não
conseguiu contato com o tio. A previsão era de que Andreas seria
transferido para uma casa de tratamento de usuários de droga ainda nesta
terça, mas a mudança dependeria do acompanhamento por um familiar.
Sem os pais e com a irmã presa e deserdada,
Andreas passou a ser o único herdeiro do casal Manfred e Marisia.
Seguiu-se uma longa disputa judicial para saber quem controlaria o
dinheiro da família de classe alta paulistana. A Justiça deixou os
recursos sob administração do tio, o médico Miguel Abdalla, que também
foi tutor de Andreas até que ele se tornasse maior de idade. Suzane, que
recentemente foi beneficiada com dias de liberdade graças ao indulto de
dia das mães, chegou a demonstrar na cadeia interesse em se reaproximar
do irmão. Essa aproximação, no entanto, nunca aconteceu.(as informações são do jornal extra do rio)
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